quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Delegado que bateu em cadeirante é afastado do cargo em SP

A Secretaria da Segurança Pública informou nesta quinta-feira que o delegado Damasio Marino, que bateu em um cadeirante em briga por vaga especial em São José dos Campos (91 km de São Paulo), foi afastado de suas funções de titular do 6º Distrito Policial da cidade para investigações.
"Por determinação do secretário [da Segurança, Antonio Ferreira Pinto], a Corregedoria da Polícia Civil instaurou procedimento administrativo para apurar a responsabilidade funcional do delegado na agressão de um cadeirante. Desde terça-feira, 18, a Corregedoria de Polícia instaurou inquérito policial para apurar crime de lesão corporal dolosa", informou a pasta em nota.
Reportagem publicada hoje pela Folha mostra que a agressão ocorreu na última segunda-feira.
O advogado Anatole Magalhães Macedo Morandini, 35, diz que foi agredido com coronhadas. Já o delegado Damasio Marino, por meio de seu advogado, afirma que não lhe bateu com arma de fogo, mas que lhe deu "dois tapas".
A briga começou quando Morandini flagrou o delegado, que não tem deficiência, estacionado na vaga especial, em frente a um cartório na região central de São José dos Campos, e foi tomar satisfações.
O advogado diz que foi xingado. "Eu fiquei enojado, e a única coisa que consegui fazer foi cuspir no carro dele, porque me senti desrespeitado." Ainda segundo Morandini, o delegado, além de lhe dar coronhadas, também bateu em seu rosto com a ponta da arma.
"Ele apontou a arma, fez mira. A única coisa que eu fiz foi virar o rosto devido ao trauma que já tenho", contou o advogado, referindo-se ao tiro que levou durante um assalto, aos 17 anos, e que o deixou paraplégico.
Já o defensor do delegado diz que ele é que foi intimidado e que estava parado na vaga especial porque sua mulher está grávida.

Lucas Lacaz Ruiz/Folhapress
Delegado bate em cadeirante em briga por vaga especial em São José dos Campos, no interior de São Paulo
Delegado bate em cadeirante em briga por vaga especial em São José dos Campos, no interior de São Paulo
OUTRO LADO
O advogado Luiz Antonio Lourenço da Silva, que representa o delegado, diz que Marino deu "dois tapas" em Morandini, mas só depois de ser xingado e receber uma cusparada. Para Silva, "esse cadeirante procurou o confronto."
O advogado também negou que Damasio tenha xingado Morandini ao ser repreendido. Segundo Silva, o delegado reagiu após Morandini cuspir em sua cara.
"Ele [delegado] não entendeu o que estava acontecendo. Desceu do carro e o cara veio com a cadeira de rodas para cima dele. [Morandini] cuspiu de novo e o xingou, então ele [delegado] pegou e deu dois tapas no cara."

Com FÁBIO AMATO, DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS

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