sábado, 26 de janeiro de 2019

34 mortos em Brumadinho: tragédia já é maior do que a de Mariana

Imagem: Pedro Ladeira/Folhapress

O Corpo de Bombeiros de Minas Gerais informou na tarde deste sábado (26) que 34 pessoas morreram por conta da queda da barragem da Mina do Feijão, em Brumadinho (MG).

Com essa informação, a queda da barragem em Brumadinho já fez mais vítimas que o desastre ambiental de Mariana, em 2015, que deixou 19 mortos. Os oficiais informaram ainda que 296 pessoas continuam desaparecidas. Há também 81 desabrigados e 23 pessoas hospitalizadas.

Em entrevista coletiva, o coronel Anderson Almeida afirmou que ainda há um risco de desmoronamento de outra barragem do complexo, mas que os bombeiros e a Vale estão trabalhando para tentar garantir a segurança da área. "Não descartamos o rompimento da barragem VI, ainda estamos trabalhando numa situação em que pode estar seguro, estamos drenando.", afirmou o oficial.

Segundo o oficial, mais de 200 pessoas trabalham nas buscas na área que foi atingida pela lama da barragem. O Corpo de Bombeiros de Minas Gerais recebeu reforço de oficiais da corporação no Rio de Janeiro e de oficiais da Força Nacional.

"Não estamos atrás de corpos, estamos atrás de pessoas", disse.

De acordo com Almeida, as pessoas que foram encontradas sem vida até o momento estavam soterradas pela lama, e não sob escombros, o que pode ter dificultado a sobrevida das vítimas após a tragédia. Ele não soube precisar, no entanto, por quanto tempo uma pessoa pode sobreviver debaixo da lama.


Imagem: Isac Nóbrega/Presidência da República

Bolsonaro sobrevoou área

O presidente Jair Bolsonaro (PSL) sobrevoou na manhã deste sábado (26) a área atingida pelo rompimento da barragem em Brumadinho. Ele não deu declarações no local e já voltou para Brasília.

Bolsonaro usou o Twitter para dizer que é "difícil ficar diante de todo esse cenário e não se emocionar" e prometer que o governo fará o que estiver ao seu alcance para atender as vítimas, minimizar danos, apurar os fatos, cobrar justiça e prevenir novas tragédias, citando ainda o desastre de Mariana (MG), há mais de três anos.


Difícil ficar diante de todo esse cenário e não se emocionar. Faremos o que estiver ao nosso alcance para atender as vítimas, minimizar danos, apurar os fatos, cobrar justiça e prevenir novas tragédias como a de Mariana e Brumadinho, para o bem dos brasileiros e do meio ambiente.



Na sexta, depois de afirmar para uma rádio que o "governo não tem nada a ver com essa questão da Vale", o presidente criou um conselho para monitorar os desdobramentos da queda da barragem.

O conselho será composto por dez ministros e será chefiado por Onyx Lorenzoni (Casa Civil). O órgão terá como objetivo "acompanhar e fiscalizar as atividades a serem executadas em decorrência da ruptura da barragem".


Já o comitê fará a gestão e a avaliação das respostas ao desastre. O grupo fará reuniões semanais e contará com representantes dos mesmos dez ministérios.


Tragédia se repete

Na sexta-feira (25), uma barragem da Vale se rompeu em Brumadinho (MG), a cerca de 60 km de Belo Horizonte. A tragédia aconteceu na região do córrego do Feijão, que deságua no rio Paraopeba, na Bacia do Rio São Francisco.

O rompimento acontece três anos após a queda de uma barragem da Samarco também em Minas Gerais, em Mariana, o maior da história da mineração no Brasil. A Vale é uma das donas da Samarco, junto com a mineradora anglo-australiana BHP Billiton.



Fonte: UOL

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